Descumprimento de ordem judicial: Médicos do DF mantêm greve apesar de multa de R$ 200 mil

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Apesar de uma ordem judicial proibindo a paralisação, os médicos do Distrito Federal seguem em greve, acumulando já nove dias de paralisação, o que tem gerado um verdadeiro colapso nos serviços de saúde pública da capital. A determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), emitida pelo desembargador Fernando Habibe, estabeleceu uma multa diária de R$ 200 mil ao Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) pelo descumprimento da decisão, mas a categoria continua a reivindicar melhorias, desafiando as imposições legais.

Desde o início da greve, no dia 3 de setembro, a situação nos hospitais públicos tem se agravado, com falta de médicos nos plantões e suspensão de atendimentos essenciais. A categoria protesta por reajuste salarial, nomeação de aprovados em concurso público e reestruturação da carreira. De acordo com o SindMédico-DF, a decisão de continuar a greve se deu devido à falta de avanços nas negociações e à precariedade das condições de trabalho enfrentadas pelos profissionais de saúde.

O movimento grevista, que já afeta milhares de pacientes, foi um tema de discussão marcado para esta quinta-feira (12/9) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), com a presença de representantes da categoria e de autoridades locais. O deputado distrital Gabriel Magno (PT) promoveu o encontro, buscando debater a situação da saúde pública e o déficit de profissionais na rede, que soma mais de 25 mil vagas não preenchidas.

Em contrapartida, o Governo do Distrito Federal (GDF) argumenta que manter 100% do corpo médico é essencial para a prestação adequada dos serviços públicos de saúde e que o reajuste salarial reivindicado pela categoria comprometeria o equilíbrio financeiro das contas públicas. O GDF destaca que todos os servidores distritais já receberam um aumento de 18% em julho deste ano e que existe um concurso vigente com cadastro de reserva ilimitado, evidenciando esforços para a contratação contínua de novos profissionais.

Sem sinais de resolução, o impasse entre o governo e os médicos persiste, com os profissionais de saúde afirmando que a greve seguirá até que uma proposta satisfatória seja apresentada. “Não é só a situação de trabalho do médico que está ruim, é o próprio SUS [Sistema Único de Saúde], que desmorona no DF”, destacou Gutemberg Fialho, presidente do SindMédico-DF, ao justificar a continuidade do movimento grevista.

A população, que depende dos serviços públicos de saúde, continua a enfrentar as consequências desse embate, sem uma previsão clara para o fim da paralisação e a normalização dos atendimentos.

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