Industriais avaliam acordo Mercosul-UE como “oportunidade histórica”





Oportunidade histórica. É assim que os industriais avaliam o acordo de Associação Mercosul-União Europeia, concluído nesta sexta-feira (6/12). Para eles, é uma resposta efetiva ao desafio de agregar mais valor à pauta comercial brasileira em paralelo a uma política de modernização e evolução industrial do país.


Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforça que ao estabelecer uma das maiores áreas de integração econômica do mundo, abrangendo um mercado de mais de 750 milhões de consumidores, com participação de 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens, “o acordo criará bases para integrar a economia brasileira a cadeias de valor de forma mais robusta e competitiva”.



Para a entidade, o acordo traz como potenciais benefícios a diversificação das exportações, a ampliação da base de parceiros comerciais e o fortalecimento da competitividade do Brasil em nível global. “Negociado com foco em princípios de equilíbrio e sustentabilidade, o acordo tem potencial de impulsionar a produtividade e ampliar a integração internacional da indústria brasileira, promovendo ganhos econômicos e sociais de longo prazo”, diz a nota.


O presidente da CNI, Ricardo Alban, destaca que o acordo é um marco estratégico para o Brasil, por conectar a economia brasileira a um dos principais blocos econômicos do mundo, criando oportunidades para agregar valor à pauta exportadora e fortalecer a indústria do país contribuindo para um crescimento econômico.


“Além de diversificar nossas exportações e ampliar a base de parceiros comerciais, elevando o acesso preferencial brasileiro ao mercado mundial de 8% para 37%, o acordo trará uma inserção internacional alinhada com a agenda de crescimento inclusivo e sustentável, o que é essencial para garantir ganhos econômicos e sociais de longo prazo, e reforçar a competitividade global do Brasil”, afirma Alban.


Segundo os industriais, o acordo representará um passo importante para reverter o processo de reprimarização das exportações nacionais. Com a abertura do mercado europeu, aproximadamente 97% das exportações industriais brasileiras ao bloco terão tarifa zero assim que o acordo entrar em vigor.


A medida deve incentivar a indústria do Brasil a exportar bens de maior valor agregado para um mercado altamente competitivo, com um PIB per capita de US$ 40,8 mil, fortalecendo a presença do país em cadeias globais de valor e promovendo a diversificação da pauta exportadora.


Outro impacto relevante está na criação de empregos. Em 2023, a cada 1 bilhão de reais exportado para o bloco europeu, foram criados 21,7 mil empregos, superando mercados como o chinês, que abriu 14,4 mil empregos por bilhão de reais exportado.


Para a CNI, o acordo entre Mercosul e União Europeia representa uma oportunidade histórica para reposicionar o Brasil no comércio global, estimulando a produtividade e a competitividade da indústria de maneira sustentável.


A avaliação é a mesma de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


“O acordo entre o Mercosul e a União Europeia, cuja conclusão foi anunciada nesta sexta-feira (6/12), representa um marco significativo para a indústria brasileira, oferecendo uma série de oportunidades para fortalecer a presença de nosso país no comércio internacional e aumentar sua competitividade global”, avalia


Segundo ele, a  abertura do mercado europeu, que representa uma das economias mais robustas do mundo, permitirá ao Brasil fortalecer sua presença nas cadeias globais de valor.


“Com isso, nosso país reduz a dependência de poucos mercados, aumentando sua resiliência econômica frente a crises e volatilidades globais. Isso é crucial para garantir maior estabilidade e sustentabilidade no crescimento econômico do Brasil, ao mesmo tempo em que fortalece a competitividade de nossa indústria”, conclui.


Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a conclusão das negociações é  um importante passo para garantir ampliação do papel estratégico brasileiro. Em nota, a entidade reforça que estima-se que o Acordo aumentaria os investimentos estrangeiros no Brasil em 1,5%, segundo dados do IPEA.


“O IPEA também apresentou dados de que, até 2040, o PIB do país poderá crescer aproximadamente US$ 9,3 bilhões, mais do que a previsão de aumento nos países vizinhos. Por sua vez, os ganhos na balança comercial, consequência do livre comércio entre o Mercosul e a UE, seriam de cerca de US$ 300 milhões”, diz a nota.






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